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O "general de ferro" Zaluzhny, um novo ícone ucraniano | Mundo - Angowork

O “general de ferro” Zaluzhny, um novo ícone ucraniano | Mundo

O “general de ferro” Zaluzhny, um novo ícone ucraniano | Mundo

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O general Valery Zaluzhny, desconhecido para os ucranianos quando foi nomeado chefe das forças armadas no ano passado, virou um ícone da resistência contra a invasão russa.

Em julho, quando ele completou 49 anos, os ucranianos usaram as redes sociais para felicitar o comandante militar.

As crianças usam o nome de Zaluzhny em suas brincadeiras e a edição ucraniana da revista Vogue publicou um artigo sobre ele, que o chamou de “figura lendária”.

“Graças ao comandante em chefe Zaluzhny, nossa confiança retornou”, escreveu no Facebook o ex-ministro dos Transportes Volodymyr Omelian.

Soldado ucraniano se posiciona durante monitoramento de tropas russas em Donetsk, no leste da Ucrânia, em 26 de maio de 2022. — Foto: Anna Kudriavtseva/ Reuters

Os ucranianos atribuem a Zaluzhny o bloqueio ao plano inicial russo de tomar Kiev rapidamente, após o início da ofensiva em 24 de fevereiro.

A feroz resistência das força ucranianas sob comando de Zaluzhny obrigou Moscou a mudar o foco dos ataques para o leste e sul do país.

A revista Time o incluiu na lista de 100 pessoas mais influentes do mundo, ao lado do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Zaluzhny “emergiu como a mente militar que seu país precisava”, afirmou o comandante do Estado-Maior dos EUA, general Mark Milley, citado no perfil da revista. O texto destaca que ações do general “serão lembradas pela história”.

Soldados ucranianos conversam com morador que teve a casa atingida por bombardeio russo em Luhansk, no leste, parte da região onde a Rússia trava há semanas batalhas contra tropas ucranianas, em 3 de junho de 2022. — Foto: Serhii Nuzhnenk/ Reuters

Embora não tenha concedido entrevistas desde o início da guerra, a imprensa ucraniana na poupa elogios a quem chama de “general de ferro”.

Os planos russos de uma “Blitzkrieg, uma mudança de poder e na orientação geopolítica da Ucrânia, foram arruinados”, escreveu Zaluzhny no Facebook duas semanas após o início da invasão.

“Não importa o quão difícil seja para nós, (esta guerra) certamente não serão uma vergonha para nós”, completou.

Anatoly Oktysiuk, analista do centro de estudos ucraniano Democracy House, afirma que Zaluzhny é “competente e não tem a velha mentalidade soviética”, que já dominou o Estado-Maior ucraniano.

“Ele é um patriota, não é corrupto foi bem treinado, inclusive no Ocidente”, acrescenta.

Incêndio em garagem após ataque perto de estação ferroviária na cidade de Lyman, na região ucraniana de Donetsk — Foto: Jorge Silva/REUTERS

Zaluzhny nasceu em 8 de julho de 1973 em uma base militar soviética em Novograd-Volynsky, noroeste da Ucrânia.

Quando os separatistas pró-Rússia começaram a conquistar território no leste da Ucrânia em 2014, ele comandou as operações militares de resposta.

Depois de ser designado comandante militar para o norte do país em 2019, ele foi promovido a comandante em chefe das Forças Armadas ucranianas em julho de 2021 por Zelensky.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em visita à cidade de Mykolaiv, no sul do país, em 19 de junho de 2022. — Foto: via Reuters

O general priorizou as reformas no exército para alcançar os padrões da aliança militar da Otan, à qual a Ucrânia deseja aderir, apesar da oposição da Rússia.

Alguns meses depois de sua nomeação, ele fez um alerta sobre “a ameaça de uma grande agressão” de Moscou, em uma das poucas entrevistas que concedeu.

“Temos que nos preparar para isto”, disse Zaluzhny, que tem duas filhas, incluindo uma que também é militar.

Militar ucraniano segurando armamento enquanto repousa em abrigo anti-bomba na cidade de Kharkiv — Foto: Evgeniy Maloletka/AP

Como parte de uma geração jovem de oficiais com experiência de combate contra os separatistas, ele pediu ao comando militar da Ucrânia para “usar todos os meios para preservar a vida e a saúde” dos soldados.

De acordo com parte da imprensa, a popularidade do comandante provocou ciúme na equipe de Zelensky, apesar de Zaluzhny nunca ter apresentado indícios de qualquer ambição política e de raramente discursar em público.

Em julho, Zelensky criticou pela primeira vez uma decisão do exército, que havia anunciado restrições aos deslocamentos de reservistas entre várias regiões do país.

Mas imediatamente atenuou suas palavras ao afirmar que era “um detalhe, nada importante”.

“Não há nenhum mal-entendido entre o comando do exército e eu”, disse o presidente.

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