A investigação foi divulgada na quarta-feira em uma ordem da FTC negando um pedido dos operadores da Bachi.Tech Corporation e Spread Technologies LLC, unidades da BitMart, para suspender a demanda da agência para obrigá-los a entregar informações. As empresas argumentaram que a solicitação de documentos da FTC era excessivamente ampla e que algumas das informações estavam localizadas no exterior.

A FTC enviou intimações em maio aos operadores do BitMart, pedindo detalhes sobre o que as empresas disseram aos consumidores em relação a segurança de seus criptoativos e como lidaram com as reclamações dos clientes. A agência de proteção ao consumidor já penalizou dezenas de empresas, de Wyndham Hotels & Resorts Inc. a Uber Technologies Inc., por práticas cibernéticas consideradas negligentes. Espera-se que esses detalhes ajudem a determinar se as empresas estão envolvidas em práticas comerciais desleais ou enganosas.

A FTC também disse que está investigando se os operadores do BitMart estão cumprindo outra lei federal que exige que as instituições financeiras protejam dados confidenciais de clientes.

Se a agência descobrir que as empresas enganaram os usuários sobre proteção e segurança cibernética ou não cumpriram as leis de serviços financeiros, pode impor multas e colocá-los sob um decreto de consentimento ordenando que corrijam suas práticas.

Um porta-voz da FTC se recusou a comentar a investigação. Os advogados que representam as duas empresas operacionais da BitMart não responderam aos pedidos de comentários.

A ordem executiva de 9 de março do presidente Joe Biden orientou a FTC e sua agência irmã, o Consumer Financial Protection Bureau, a estudar como policiar transações de criptomoedas por fraudes e abusos. A FTC – que concentra grande parte de seu trabalho de proteção ao consumidor em golpes e roubo de identidade – relatou um aumento de dez vezes nos golpes de criptomoedas de 2020 a 2021.

Em dezembro, a BitMart confirmou uma violação de segurança cibernética na qual disse que hackers retiraram cerca de US$ 150 milhões em criptomoedas das carteiras da BitMart. Mais tarde, o CEO da empresa prometeu compensar os usuários que foram impactados pela violação. A empresa de segurança Blockchain PeckShield Inc., que identificou o hackeamento pela primeira vez, estimou as perdas em US$ 200 milhões.