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Os preços de energia na Europa bateram novos recordes, e o aperto da Rússia ao fornecimento leva os governos do bloco a tomarem medidas para manter as luzes acesas.
Em mais um golpe para os consumidores que já lutam com contas de luz e gás cada vez mais altas, os preços de eletricidade na Alemanha saltaram para uma nova máxima histórica, em meio a temores de uma escassez de gás iminente que pode forçar o governo a limitar a produção das termoelétricas. O governo da França disse na quarta-feira que vai nacionalizar a concessionária Électricité de France para assumir o controle total do fornecimento de eletricidade.
O parlamento alemão votará na quinta-feira uma lei que permitiria ao governo reduzir a geração em termoelétricas consideradas não essenciais para a segurança do fornecimento. O país tenta encontrar maneiras de economizar gás para garantir que os estoques estejam cheios antes do inverno no hemisfério norte, quando o combustível fóssil também é usado para aquecimento em grande escala.
“A tendência de alta dos contratos de inverno alemães hoje podem vir dessa legislação iminente sobre a redução da geração a gás”, disse Sabrina Kernbichler, analista de energia da S&P Global Commodity Insights. “A preocupação contínua com a disponibilidade nuclear francesa nos próximos meses está estimulando um forte prêmio de risco para os contratos de inverno na França e nos mercados vizinhos.”
Cresce a ameaça de que a Europa fique sem gás neste inverno. A Rússia já restringiu os suprimentos de gás à medida que as tensões aumentam em torno da guerra na Ucrânia e as sanções impostas pelos EUA, Europa e outros aliados. A situação pode piorar – o Nord Stream, o principal gasoduto que leva suprimentos russos para o continente, deve fechar para manutenção em julho, e há preocupações de que os fluxos não retornem aos níveis anteriores após a parada.
Os contratos de eletricidade alemães para o próximo ano, uma referência para toda a Europa, subiram para um recorde de 345,55 euros por megawatt-hora, enquanto os preços franceses eram negociados a 398 euros, o nível mais alto desde uma máxima histórica em dezembro.
A Alemanha planeja trazer de volta 10 gigawatts de geração de antigas usinas a carvão e petróleo para ajudar a manter as luzes acesas. O governo só interviria para limitar o gás como último recurso, de acordo com Kernbichler.
Além das preocupações sobre o fornecimento de gás, a EDF alertou essa semana que pode ter que diminuir a produção em alguns de seus reatores nucleares na França durante o verão, pois uma seca reduziu a quantidade de água disponível para resfriamento.
Esse último pico de preços aumenta a pressão sobre as concessionárias e indústrias que cada vez mais recorrem aos governos em busca de apoio financeiro para poder continuar atendendo seus clientes. Também pode aumentar a inflação que já faz com que os europeus paguem mais por produtos básicos como alimentos e gasolina.
Além da EDF, a Uniper da Alemanha busca um resgate financeiro do governo enquanto perde dinheiro tentando substituir os fluxos de gás russos.
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