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O corpo do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos chegou hoje a Luanda pelas 19:16, vindo de Barcelona num voo da companhia aérea angolana TAAG, após uma disputa entre duas fações da família sobre a guarda do corpo.
O avião contendo os restos mortais aterrou no aeroporto internacional 4 de fevereiro, enquanto um outro avião transportou a família.
De seguida, o corpo de José Eduardo dos Santos irá ser transportado para o Miramar, local da antiga residência oficial para cerimónias de âmbito estritamente familiar, segundo fonte próxima do processo.
As cerimónias fúnebres deverão decorrer entre os dias 26 e 28 de agosto.
À saída do avião, a viúva, Ana Paula dos Santos, vestida de preto, foi recebida por um conjunto de individualidades, incluindo vários ministros do Govenro angoano e o general Francisco Furtado, chefe da Casa Militar do Presidente angolano. Vinha acompanhada pelos seus três filhos, alguns dos quais transportando retratos emoldurados do pai.
No avião viajaram também netos e outros familiares de José Eduardo dos Santos.
O Governo angolano anunciou hoje de manhã que chegariam hoje à tarde à capital angolana “os restos mortais do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, falecido no passado dia 8 de julho em Barcelona, Reino de Espanha”.
A nota, que foi emitida pela Comissão para a Organização da Cerimónia Fúnebre, refere ainda que “a data e o programa das exéquias serão oportunamente comunicados”.
Hoje à tarde, o porta-voz do Movimento Popular de Libertação de Angola, Rui Falcão, admitiu que o funeral deve realizar-se em Luanda no dia 28 de agosto, coincidindo com a data do seu aniversário.
No aeroporto encontravam-se vários membros do Governo angolano, entre os quais os ministros dos Transportes, da Defesa, de Estado para a Área Social, da Comunicação Social, e da Administração Territorial, Marcy Lopes – que é também porta-voz da Comissão das Exéquias Fúnebres
José Eduardo dos Santos, que governou Angola de 1979 a 2017, morreu, em 08 de julho, com 79 anos, em Barcelona, Espanha, onde passou a maior parte do tempo nos últimos cinco anos.
Duas fações da família dos Santos disputavam, na Vara de Família do Tribunal Civil da Catalunha, quem ficaria com a guarda do corpo de José Eduardo dos Santos.
De um lado, Tchizé dos Santos e os irmãos mais velhos, que se opunham à entrega dos restos mortais à ex-primeira-dama e eram contra a realização de um funeral de Estado antes das eleições de 24 de agosto para evitar aproveitamentos políticos.
Do outro, a viúva Ana Paula dos Santos e os seus três filhos em comum com José Eduardo dos Santos, que reivindicavam também o corpo e queriam que este fosse enterrado em Angola nos próximos tempos.
Na quarta-feira, o tribunal decidiu-se pela atribuição do cadáver à antiga mulher e autorizou a trasladação para Angola, depois de concluir definitivamente que José Eduardo dos Santos morreu de causas naturais.
A trasladação do corpo do antigo chefe de Estado angolano ocorre em pleno período de campanha para as eleições, onde o atual Presidente, João Lourenço, que sucedeu a José Eduardo dos Santos em 2017, procura a reeleição.
Mais de 14 milhões de angolanos, incluindo residentes no estrangeiro, estão habilitados a votar em 24 de agosto, na que será a quinta eleição da história de Angola.
Os 220 membros da Assembleia Nacional angolana são eleitos por dois métodos: 130 membros de forma proporcional pelo chamado círculo nacional, e os restantes 90 assentos estão reservados para cada uma das 18 províncias de Angola, usando o método de Hondt e em que cada uma elege cinco parlamentares.
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