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Commodities: Após chuvas nos EUA, soja e milho recuam em Chicago | Agronegócios - Angowork

Commodities: Após chuvas nos EUA, soja e milho recuam em Chicago | Agronegócios

Commodities: Após chuvas nos EUA, soja e milho recuam em Chicago | Agronegócios

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O retorno das chuvas a áreas agrícolas dos Estados Unidos pressionou as cotações dos grãos na bolsa de Chicago nesta segunda-feira. A soja liderou as quedas. Os contratos da oleaginosa de maior liquidez, para novembro, recuaram 2,89% (42 centavos de dólar), a US$ 14,1225 por bushel, e os lotes de segunda posição, para janeiro do ano vem, caíram 2,82% (41,25 centavos de dólar), a US$ 14,19 por bushel.

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“É uma chuva boa para as lavouras de soja, mas que ainda não deve ser permanente. Ela deve cessar até amanhã e pode voltar já no próximo fim de semana”, diz o consultor Vlamir Brandalizze.

A produção industrial abaixo do esperado na China — o crescimento foi de 3,8% em julho — e a visita de congressistas americanos a Taiwan também pesaram sobre os preços. “Os dados da China mostram que a situação ainda não está boa”, afirmou. “E a questão geopolítica deixou o investidor em posição de desconforto. Com isso, ele acaba liquidando suas posições”.

Sobre o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que surpreendeu ao trazer uma produção de soja maior que o esperado no país, Vlamir Brandalizze afirma que o órgão adotou um tom otimista nas suas projeções. A safra 2022/23 nos EUA agora é projetada em 123,3 milhões de toneladas, enquanto o mercado esperava 121,7 milhões de toneladas.

“A safra vinha perdendo qualidade como era apontado pelo próprio USDA, então, pela lógica, esperava-se uma redução na produtividade. De qualquer forma, o mercado preferiu ignorar esse dado e está muito mais focado na questão climática”, pontuou.

Lavoura de soja — Foto: Anna Carolina Negri/Valor

As chuvas nos EUA também pesaram sobre as cotações do milho. Os contratos para dezembro, os de maior liquidez na bolsa de Chicago, fecharam em baixa de 2,18% (14 centavos de dólar), a US$ 6,2825 por bushel.

Matt Zeller, da StoneX, disse à Dow Jones Newswires que as chuvas aconteceram especialmente no norte de Nebraska, um dos principais Estados produtores de milho nos EUA. E espera-se que uma frente fria passe pela região central do país baixe as temperaturas e crie mais chances de precipitação, de acordo com a última previsão da DTN. Por isso, Zeller acredita em novas baixas em Chicago ao longo da semana.

De acordo com Vlamir Brandalizze, a escassez de chuvas durante o desenvolvimento do plantio pode resultar em novas revisões para a safra americana em 2022/23. O USDA estimou uma produção de 364,7 milhões de toneladas nos EUA, abaixo das 368,4 milhões projetadas no relatório do mês passado.

“Acredito que dificilmente a safra americana passe de 360 mi de toneladas em função da seca ser mais severa justamente na época de pendoamento final. As chuvas de agora amenizam as perdas, mas não ajudam a recuperar o que já está comprometido”, afirmou Brandalizze, ao Valor.

Os contratos do trigo para setembro, que são os de maior liquidez na bolsa de Chicago, fecharam a segunda-feira em queda de 0,65% (5,25 centavos de dólar), a US$ 8,0075 por bushel. Os papéis de segunda posição, que vencem em dezembro, recuaram 0,58 % (4,75 centavos de dólar), a US$ 8,1775 por bushel.

Um relatório da Peak Trading Research, diz que o foco desta semana no mercado de trigo será o documento do Conselho Internacional de Grãos (IGC) que pode trazer novos números da safra, e será divulgado nesta quinta-feira. Na semana passada, a Strategie Grains reduziu em 5% sua estimativa de produção na União Europeia em 2022/23, para 123,3 milhões de toneladas, muito em função dos problemas com o clima mais seco.

Os compradores também aguardam para saber se novos embarques de trigo devem acontecer pelo Mar Negro, após a Ucrânia despachar a primeira carga do cereal sob o acordo com os russos. O governo não divulgou a quantidade embarcada, mas, segundo Luiz Pacheco, analista da TF Consultoria Agroeconômica, os navios que utilizam a rota comportam, no máximo, 30 mil toneladas de grãos.

“O andamento dos embarques mostra que as operações de escoamento estão se normalizando. Isso dá um recado ao mercado de que o acordo entre Rússia e Ucrânia é uma coisa séria e de que novas cargas de trigo devem ser exportadas nessa via marítima”, disse.

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