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Moeda próxima do menor nível em décadas, aumento sem precedentes nos custos de financiamento da dívida pública e queda recorde de ações ligadas à economia doméstica — esse é o cenário tenebroso que aguarda Liz Truss, a nova primeira-ministra do Reino Unido.
A libra, que já caiu cerca de 15% este ano em relação ao dólar, acaba de registrar seu pior desempenho mensal desde a votação do Brexit em 2016. Enquanto isso, o custo de captação das empresas disparou após seis aumentos consecutivos de juros pelo Banco da Inglaterra, e as expectativas de mais aperto só pioraram com avisos de que a inflação ficará ainda mais fora de controle.
A S&P Global disse na segunda-feira que seu indicador de atividade do setor privado mostrou contração pela primeira vez desde fevereiro de 2021, e um grupo que representa o setor empresarial sugeriu que o país já está em recessão. A crise do custo de vida, com declínio nos gastos das famílias e nos salários reais, desencadeou uma série de greves em várias áreas da economia.
Com a confirmação de Truss como a próxima primeira-ministra, os investidores irão observar de perto se suas políticas atenuam ou agravam a derrocada dos mercados do Reino Unido. Estrategistas temem que ela possa aumentar demais o endividamento para financiar cortes de impostos, prejudicando ainda mais as contas públicas do país.
Segue um panorama dos mercados do Reino Unido:
Após queda vertiginosa este ano, a libra é negociada em torno de US$ 1,15, perto de seu nível mais fraco desde 1985. Ela chegou a US$ 1,1444 mais cedo na segunda-feira.
Há sinais de que as posições vendidas estão firmemente no controle dos preços. A fraqueza da libra eleva o custo de importações, alimentando a inflação já forte.
O rendimento dos títulos do governo de dois anos saltou para mais de 3,2%, o maior nível desde a crise financeira global de 2008, desbancando as esperanças de que o pior já havia passado. Os swaps vinculados às datas de reuniões do BC britânico mostram que as expectativas de aperto monetário aumentaram. Eles sinalizam que a taxa básica mais que dobrará do atual 1,75% antes do final do ano.
Liz Truss, a nova primeira-ministra do Reino Unido — Foto: Alberto Pezzali/AP
O índice FTSE 250 de empresas médias — que dependem fortemente da economia doméstica — está a caminho de seu pior desempenho anual de todos os tempos em relação ao FTSE 100, que reúne grandes exportadoras, como empresas de mineração e energia que se beneficiam da alta das commodities e da desvalorização da libra.
O custo de captação para empresas britânicas de primeira linha ultrapassou 5% pela primeira vez em mais de uma década, e a inflação galopante também castiga o setor produtivo do país. A diferença entre o custo da dívida corporativa denominada em libras e títulos em dólares é a mais ampla desde 2014.
(Colaboraram Naomi Tajitsu, Joe Easton e Matthew Musindi)
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