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A corrida para substituir Boris Johnson como primeiro-ministro do Reino Unido começou nesta sexta-feira (8) com o anúncio das primeiras candidaturas.
Johnson renunciou à liderança do Partido Conservador e do governo do Reino Unido diante de uma pressão interna que ele afirmou ser insuportável. Agora, o Partido Conservador deverá eleger um novo líder em eleições internas.
Os políticos considerados favoritos ainda não anunciaram suas candidaturas. Uma pesquisa da consultoria YouGov feita com eleitores conservadores colocou o ministro da Defesa, Ben Wallace, e a secretária de Estado de Comércio Internacional, Penny Mordaunt, entre os líderes.
Quem for eleito será primeiro-ministro, automaticamente, até as próximas eleições legislativas, previstas para 2024.
Veja abaixo quem são os candidatos que já se anunciaram:
Rishi Sunak no Parlamento britânico — Foto: REUTERS
Sunak, de 42 anos, o primeiro hindu a ocupar o cargo de ministro das Finanças do Reino Unido, renunciou na terça-feira – quase ao mesmo tempo que seu homólogo da Saúde, Sajid Javid – desencadeando a crise que levou à renúncia de Johnson à frente do partido na quinta-feira.
Ele anunciou no Twitter nesta sexta-feira que buscará ser o próximo chefe do Partido Conservador e primeiro-ministro.
“Temos que restabelecer a confiança, reconstruir a economia e unir o país”, escreveu ele.
O deputado conservador Tom Tugendhat, presidente do comitê parlamentar de Relações Exteriores e um político que sempre fez críticas a Johnson, também anunciou sua candidatura.
Imagem de Tom Tugendhat de 9 de abri de 2019 — Foto: Tolga Akmen/ AFP
Antes de ser deputado, ele foi militar. “Estou formando uma coalizão de colegas que vai trazer nova energia e ideias ao governo e, finalmente, acabar com a divisão que o Brexit causou e que dominou nossa história recente.
Antes mesmo da renúncia de Johnson, Suella Braverman, a procuradora-geral do país, disse em um programa de TV que pretendia concorrer ao cargo.
Suella, de 42 anos, é deputada desde 2015. Ela foi nomeada procuradora-geral por Boris Johnson em fevereiro de 2020.
Suella Braverman, procuradora-geral do Reino Unido — Foto: Justin Tallis / AFP
Os pais dela são imigrantes (o pai é queniano, e a mãe, das Ilhas Maurício) e chegaram no Reino Unido nos anos 1960.
A oposição trabalhista pede eleições antecipadas.
Se os conservadores não expulsarem Johnson imediatamente, o Partido Trabalhista lançará uma moção de censura contra o Executivo, ameaçou a número dois do Partido Trabalhista, Angela Rayner. Johnson “é um mentiroso, mergulhou na corrupção, e não podemos viver com isso por mais dois meses”, disse Rayner à rede BBC.
Considerando-se que a saída de Johnson é insuficiente e que se faz necessária “uma verdadeira mudança de governo”, o líder trabalhista Keir Starmer disse avaliar a possibilidade de apresentar uma moção de censura contra o Executivo, na tentativa de precipitar a convocação de eleições antecipadas – algo muito prejudicial para os conservadores no momento.
O ex-primeiro-ministro conservador John Major disse que é “insustentável” a permanência de Johnson no cargo e sugeriu que o vice-primeiro-ministro Dominic Raab aja como chefe de governo interino.
Esta possibilidade foi descartada nesta sexta pelo porta-voz do governo, que disse aos jornalistas que Johnson “continua sendo primeiro-ministro até que haja um novo líder do partido, e o trabalho do governo continuará, enquanto isso ocorrrer”.
Ainda de acordo com pesquisa do YouGov, 56% dos britânicos concordam em que Johnson deve deixar o poder agora.
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