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Neste sábado (10), o rei Charles III foi formalmente proclamado monarca em uma cerimônia em Londres conhecida como Conselho de Adesão.
“Prometo dedicar o resto da minha vida para essa tarefa pesada que me coube”, declarou o novo rei durante a cerimônia.
O Reino Unido, contudo, não estava sem um líder de Estado desde a morte da rainha Elizabeth II na quinta-feira (8). Isso porque a lei Rex nunquam moritur (“o rei nunca morre”, em latim) determina que o trono seja assumido pelo primeiro integrante na linha de sucessão real assim que o último monarca morre. Portanto, Charles III se tornou rei no momento em que a mãe faleceu.
O príncipe William, a rainha consorte Camilla e rei Carlos III durante o Conselho de Adesão no Palácio de St James, em Londres. — Foto: Jonathan Brady / Pool / via AP Photo
Durante a cerimônia, também foi anunciado que o dia do funeral da Rainha Elizabeth II será feriado em todo o Reino Unido, mas a data exata ainda não foi definida.
Charles III: ‘Eu vou tentar seguir o exemplo inspirador que recebi’
“Minha mãe deu um exemplo de amor ao longo da vida e de serviço altruísta. O reinado de minha mãe foi inigualável em sua duração, dedicação e devoção”, declarou Charles na cerimônia, que, pela primeira vez, foi transmitida pela televisão.
“Eu vou tentar seguir o exemplo inspirador que recebi, mantendo o governo constitucional e mantendo a paz”
O Conselho Privado é integrado por mais de 700 pessoas, dentre elas o rei, Charles III, a primeira-ministra, Liz Truss, membros do gabinete, ministros, juízes, figuras da Commonwealth e o líder da oposição. Além de aconselhar o monarca, o grupo tem diversas funções administrativas, executivas e judiciárias.
A cerimônia do Conselho de Adesão é um encontro dos integrantes do Conselho Privado. A cerimônia aconteceu nos Apartamentos de Estado do Palácio de St. James, em Londres, e foi dividida em duas partes.
Na primeira, sem a presença do rei, o lorde presidente do grupo anunciou a morte do soberano (a rainha Elizabeth II) e proclamou o novo rei. O secretário do Conselho, então, leu a Proclamação de Adesão, que foi assinada por apoiadores do monarca.
Ex-primeiros-ministros britânicos participaram da cerimônia. — Foto: Kirsty O’Connor/Pool Photo via AP
Também nesta etapa, o grupo aprovou formalmente diversas ordens consequentes e a lorde presidente explicou como as notícias da Proclamação serão divulgadas. Em seguida, o Conselho deu ordens para disparar armas no Hyde Park e na Torre de Londres.
A segunda parte do Conselho de Adesão contou com a presença do rei. Nela, o monarca fez uma declaração pessoal sobre a morte da antecessora, aprovou ordens no Conselho para facilitar a continuidade do governo, leu e assinou um juramento para preservar a Igreja da Escócia.
Esta última é necessária porque há divisão de poderes entre Igreja e Estado na Escócia. Geralmente, meses depois, na abertura estadual do parlamento, outro juramento é feito, a declaração de adesão, cujo intuito é manter a sucessão protestante do trono.
Uma salva de tiros é disparada para o rei Charles na na Torre de Londres. — Foto: REUTERS/Sarah Meyssonnier
A Proclamação Principal do novo soberano foi lida para o público da varanda do Tribunal do Convento no Palácio de St. James. A leitura do documento foi feita pelo rei de armas principal da Ordem da Jarreteira, uma ordem militar de cavalaria britânica.
Trompetistas também tocaram uma fanfarra da sacada e salvas de tiros foram disparadas na Torre de Londres, uma fortaleza às margens do rio Tâmisa, e no Hyde Park, um parque no centro da capital britânica.
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