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Os chilenos votaram em plebiscito neste domingo (4) e rejeitaram, por ampla margem, a proposta de nova Constituição. Com isso, continua válida a Carta em vigor desde a época da ditadura de Augusto Pinochet (1915-2006).
Promulgado em 1980, o texto atual é a base para políticas econômicas tidas como liberais. Ele estabelece que o Estado deve “contribuir para criar as condições sociais” para a realização das pessoas, mas não pode participar de qualquer atividade empresarial.
Já o projeto derrotado descreve o Chile como um “Estado social e democrático de direito”, que deve prover bens e serviços para assegurar os direitos da população. Ele não agradou a grande parte da população (veja pontos polêmicos mais abaixo nesta reportagem).
Por volta das 21h40, com 98,43% das urnas apuradas, o placar era este: 61,90% pela reprovação (“Rechazo”) e 38,10% pela aprovação (“Apruebo”) do novo texto. De acordo com o jornal chileno “La Tercera”, especialistas consideram irreversível esse resultado, que apontou uma diferença de placar bem acima das projeções das pesquisas.
Mais de 11,2 milhões de pessoas participaram do processo. No Chile, o voto é obrigatório.
Apesar do resultado deste domingo, espera-se que ocorram pressões para que que haja algum acordo político para alterar a proposta ou propor uma nova versão da proposta que foi votada.
O processo para que se chegasse ao plebiscito começou em 2019, quando o Chile passou por uma onda de manifestações. Os atos políticos nas ruas intensificaram-se depois que a polícia reprimiu os protestos (34 pessoas morreram).
Na ocasião, como uma resposta aos atos, o governo decidiu fazer uma votação a respeito de uma nova Assembleia Constituinte.
Em 2020, então, os chilenos votaram para decidir que queriam fazer uma nova Constituição. No ano seguinte, os constituintes foram eleitos para redigir o texto, que foi apresentado aos chilenos e votado neste domingo. O texto chegou com 178 páginas, com 388 artigos e 54 normas transitórias.
O atual presidente chileno, Gabriel Boric, afirmou antes do resultado que, seja qual fosse o resultado do plebiscito constitucional, pediria “unidade nacional” em um exercício com “mais democracia” para superar as fraturas sociais.
Em declaração também anterior à apuração, a ex-presidente Michelle Bachelet disse que, se a opção pela rejeição vencesse, “as demandas dos chilenos não serão atendidas” e um novo processo deveria ser convocado.
Veja abaixo algumas definições que foram consideradas polêmicas pelos chilenos:
Uma mulher mapuche vota no plebiscito da nova Constituição no Chile, em 4 de setembro de 2022 — Foto: Juan Gonzalez/Reuters
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