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Análise de Broken Pieces | Voxel - Angowork

Análise de Broken Pieces | Voxel

Análise de Broken Pieces | Voxel

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É inegável que a indústria indie vem mostrando seu valor nos últimos anos, com estúdios compostos normalmente por pouquíssimos indivíduos sendo capazes de oferecer experiências interessantes e tentando diversas vezes fugir dos formatos mais tradicionais de jogos maiores.

E entre essas empreitadas encontra-se Broken Pieces, um título de aventura com toques de terror cósmico e o primeiro lançamento da Elseware Experience, uma desenvolvedora francesa com uma equipe de apenas cinco pessoas.

Mas será que esse debute realmente acertou em cheio e vai entrar para a lista de games indies que valem o tempo e dinheiro dos jogadores? Bom, confiram nossa análise para descobrir!

O desespero da solidão

A trama aqui gira em torno de Elise, que com seu noivo, Pierre, decide abandonar a correria da cidade grande e se mudar para Saint-Exil, um pequeno vilarejo litorâneo francês.

Porém, a busca por paz e tranquilidade nesta região pitoresca logo se transforma em um pesadelo, quando estranhos acontecimentos agitam atividades de um culto conhecido como os Devotos e ainda atraem os militares para a cidade, culminando no desaparecimento de todos os habitantes e deixando a pobre protagonista completamente sozinha para enfrentar criaturas tenebrosas enquanto busca por respostas para solucionar o mistério e reencontrar seu amado.

Fonte:  Stella/Voxel 

Com uma linda ambientação repleta de cenários charmosos, o jogo vai apresentando seu enredo através de diálogos que a personagem principal tem consigo mesma, além de fitas cassetes deixadas por outros habitantes e gravadas pela própria Elise, que reforçam ainda mais o seu sentimento de solidão por passar tantos dias sem ter com quem interagir.

Em geral, a narrativa não é nada surpreendente e até mesmo um tanto quanto confusa, mas não deixa de ter seus pontos interessantes. No começo, é preciso parar e ouvir algumas fitas para começar a compreender o que está acontecendo, o que pode ser levemente entediante para alguns jogadores.

Fonte:  Stella/Voxel 

Mas conforme as investigações vão revelando gradualmente as informações ligadas ao fatídico evento que deixou a mulher sozinha no vilarejo, as coisas vão ficando mais intrigantes, com os toques de espionagem, pesquisas científicas e uma dose de horror cósmico deixando tudo mais atraente, contudo, confesso que precisei parar e juntar muitos pontos na minha cabeça para entender o final dessa história.

O gameplay não é muito longo e não tem realmente uma necessidade de ser repetido, com a quest principal podendo ser concluída em cerca de cinco horas, mas para quem adora curtir tudo que um título tem para oferecer, ele também conta com missões paralelas, como um arcade deixado por Pierre e encontrar esferas que levam para uma espécie de mundo dos sonhos.

Voxel

Rainha do clima

O foco de Broken Pieces é investigar áreas diferentes do vilarejo para descobrir a resposta sobre o grande mistério ligado ao farol de Saint-Exil, com muitos puzzles relacionados a abrir caminho para que Elise possa passar de uma área para outra e abrir portas de locais importantes.

Uma das maiores ferramentas da protagonista é uma misteriosa pedra azul, que permite alterar a estação de verão para inverno, fazendo com que paredes caiam e se tornem pontes e que lagos antes cristalinos fiquem sólidos o bastante para serem atravessados facilmente.

Fonte:  Stella/Voxel 

A pedra também pode conjurar tempestades durante o clima mais quente, sendo o empurrãozinho necessário para algumas situações e servindo também como uma forma de lidar com os inimigos.

Outra mecânica do game está relacionada ao horário. A personagem principal deve retornar sempre para casa antes das oito da noite, porque depois desse horário, o número de criaturas para enfrentar aumenta.

Fonte:  Stella/Voxel 

Chegar em certas partes do mapa, como a Igreja ou a Praia, consome mais de uma hora do precioso tempo de Elise, então muitas vezes é preciso deixar o resto da investigação para o dia seguinte, em alguns casos, ela mesma avisa que precisa voltar para seu lar para estudar documentos e prosseguir com a história.

E por mais que os combates estejam presentes no game, eles são extremamente esporádicos e resolvidos com algumas balas, não passando uma sensação real de perigo e sim mais como uma forma de lembrar ser preciso respeitar o toque de recolher para evitar dores de cabeça.

As peças quebradas

Um dos maiores problemas de Broken Pieces está realmente ligado as batalhas, que não parecem se encaixar com o resto do jogo.

Além de ser extremamente rápido lidar com os fantasmas que atacam a pobre mulher, ainda contamos com munição infinita, então realmente não rola aquele desespero de economizar tiros ou vasculhar os ambientes com todo cuidado atrás de mais itens para fabricar novas balas.

Fonte:  Stella/Voxel 

Essa opção inclusive está disponível, porém nunca fica muito claro como é o processo de criação ou a combinação dos materiais encontrados, e no fim, eu acabei deixando isso de lado e me virando muito bem com o que já tinha disponível.

Outro ponto que pode ser levemente incômodo são as fitas cassetes. Quando Elise encontra um documento importante, ela volta para casa e lê antes de dormir, e no dia seguinte, temos que pegar uma fita gravada por si mesma na noite anterior para descobrir as informações e revelar nossos próximos passos.

Fonte:  Stella/Voxel 

Por mais que isso talvez sirva para mostrar o tamanho de sua solidão, acaba sendo meio estranho ao mesmo tempo, quase como se a personagem tivesse um caso de amnésia recente e precisasse ficar se lembrando do que viu a pouco tempo.

Com alguns áudios chegando a durar até dois minutos, acabamos parados só olhando para uma tela estática com legendas, o que pode acabar se provando maçante para jogadores que preferem jogos mais dinâmicos.

Vale a pena?

Para quem gosta de games investigativos e mais tranquilos, Broken Pieces pode ser uma boa escolha, principalmente por sua curta duração. Porém, se estiver esperando um grande terror psicológico, vai acabar desapontado.

Fonte:  Stella/Voxel 

Ele é realmente um título de aventura, com puzzles que são muitas vezes divertidos, além de facilmente resolvíveis sem causar muitas frustrações.

Sua história, mesmo simples, não deixa de ter seus méritos, e se você não liga para a falta de ação e muitas batalhas alucinantes, com certeza vale a pena parar umas horinhas e dar uma chance para esse projeto bem legal desenvolvido por apenas cinco pessoas.

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